sábado, 27 de agosto de 2011

FURACÃO IRENE


Mesmo enfraquecido, furacão causa oito mortes nos EUA


DE SÃO PAULO

Atualizado às 20h07.
O furacão Irene atingiu a costa leste dos EUA neste sábado enfraquecido, mas ainda representa uma perigosa tempestade que levou a interrupções no sistema de transporte em Nova York e ameaça provocar blecautes e alagamentos. Em decorrência dele, pelo menos oito pessoas morreram, e não há energia elétrica para cerca de 1 milhão.
As autoridades registraram, entre as últimas vítimas da forte tempestade, um homem de 55 anos, morador da cidade de New Smyrna Beach, que fica na Flórida, lugar conhecido por ter uma das mais belas praias dos EUA.
Apesar das péssimas condições meteorológicas, ele estava surfando no momento da morte. Testemunhas disseram que a queda brusca na água causou um corte extenso em sua cabeça. Há pouco, outros dois mortos foram confirmados, ambos vítimas de acidentes de carro ocorridos na Carolina do Norte.

Voos entre o Brasil e os EUA são cancelados
Desde as Carolinas ao Maine, dezenas de milhares de pessoas estão no caminho do gigante de 839 km, que provocou mais de 17 polegadas de chuva em algumas partes na área costeira da Carolina do Norte.
Chip Somodevilla/France Presse
Homem caminha em rua praticamente vazia de calçadão nova-iorquino
Homem caminha em rua praticamente vazia de calçadão nova-iorquino
O olho da tempestade cruzou a costa da Carolina do Norte perto de Cape Lookout por volta das 7h30 horário local (8h30 horário de Brasília), afirmaram meteorologistas do US National Hurricane Center.
Nova York fechou aeroportos e estações de metrô, parte do sistema de transporte público pelo qual circulam 8,5 milhões de pessoas por dia durante a semana. Aos passageiros, restou buscar táxis nas ruas quase desertas.

"Estamos tentando chegar a Boston, e isso não deve acontecer. Estamos presos aqui", disse Rachel Karten perto de um terminal de ônibus em Nova York também praticamente vazio.
Milhares de pessoas tiveram de atender às ordens para evacuar a costa leste norte-americana.
RETIRADA
O furacão já resultou na retirada de 2,3 milhões de pessoas, de acordo com informações da agência de notícias Associated Press. Esse número envolve desde as 100 mil pessoas no Estado de Delaware até cerca de 1 milhão de residentes de outro Estado, o de Nova Jersey.
Em Virgínia, perto de 200 mil pessoas foram submetidas ao processo de retirada forçada, e outras 65 mil estão sem energia elétrica. De acordo com a rede de TV americana CNN, somente nos Estados da Virgínia e da Carolina do Norte, 1 milhão de pessoas estão às escuras.
Editoria de Arte/Folhapress
Em uma coletiva no centro de operações de emergência, o governador da Virgínia, Robert McDonnell, além de dizer que um grupo de 40 pessoas da Agência Federal de Administração de Emergências está a caminho do Estado, aconselhou as pessoas a não "baixar a guarda" devido às reportagens que asseguram o enfraquecimento do furacão.
"É absolutamente a coisa errada a fazer", disse McDonnell. "Nada mudou em relação ao potencial de destruição da tempestade. A única alteração é uma leve diminuição da velocidade do vento".
MORTES
A passagem do Irene pelos Estados da Carolina do Norte e da Virgínia com ventos de até 140 km/h deixou mortos e cerca de 1 milhão de pessoas sem energia elétrica, informaram as autoridades locais.
Segundo a emissora de TV NBC, uma das vítimas é um homem do condado de Nash que morreu após ser atingido por um galho de árvore quando caminhava ao redor de sua casa.
Já a CNN indica que, ainda na sexta-feira (26), um homem morreu de infarto, no condado de Onslow, quando pregava proteções de madeira nas janelas de sua casa. Segundo a emissora, as autoridades americanas estão atribuindo as duas mortes ao furacão Irene.
Também segundo a NBC, uma terceira pessoa morreu em um acidente de trânsito no condado de Pitt.
Os principais veículos de comunicação apontam ainda que houve uma quarta morte em decorrência do furacão. De acordo com a CNN, que credita a informação a equipes de socorro no local, um garoto de 11 anos foi morto após a queda de uma árvore no apartamento em que morava com sua mãe em Newport News, no Estado da Virgínia.
A quinta morte ocorreu em Brunswick County, também na Virgínia, por causa da queda de uma árvore sobre o carro de um homem. Segundo a porta-voz do centro de operações de emergência do Estado, Eileen Guertler, não está claro que o carro em que a vítima estava se encontrava em movimento na hora da morte.
VOOS
Todos os aeroportos de Nova York ficarão completamente fechados a partir deste sábado (27) às 22h00 locais (23h00 de Brasília) diante da ameaça do furacão Irene, anunciaram as autoridades aeroportuárias locais.
Companhias aéreas do mundo inteiro cancelaram ou adiaram hoje os voos com destino à costa leste dos Estados Unidos devido à aproximação do furacão Irene.
OBAMA
O presidente Barack Obama cortou suas férias em Vineyard em um dia.
Em Washington, ele participou de uma teleconferência com os encarregados dos serviços emergenciais, que informaram que equipes canadenses estavam sendo chamadas para ajudar a restaurar a energia em Vermon, onde se prevê que todos os rios locais poderão alagar.
CARACTERÍSTICAS DO FURACÃO
O Irene está percorrendo uma rota sentido norte-nordeste ao longo da costa norte-americana e deve continuar sendo considerado um furacão enquanto atinge Estados do país na noite deste sábado e também no domingo.
Com ventos de 140 quilômetros por hora, o Irene enfraqueceu para um furacão de categoria 1 na escala de intensidade de 1 a 5 de Saffir-Simpson.
Apesar disso, meteorologistas alertam que o fenômeno continua sendo uma tempestade grande e perigosa.
O Irene está percorrendo uma rota sentido norte-nordeste ao longo da costa norte-americana e deve continuar sendo considerado um furacão enquanto atinge Estados do país na noite deste sábado e também no domingo.
A prefeitura de Nova York decretou retirada de moradores em escala sem precedentes enquanto Estados desde as Carolinas ao Maine declararam estado de emergência por causa do furacão, cuja largura de 960 quilômetros ameaça uma região habitada por dezenas de milhões de pessoas.
No início do dia, na costa da Carolina do Norte, os ventos cortaram linhas de energia e derrubaram árvores, enquanto a chuva caía com força inundando algumas ruas. Na cidade portuária de Wilmington, na Carolina do Norte, as ruas estavam vazias, e o ar se encontrava tomado pelo som de pinheiros sendo quebrados pela força dos ventos.
A Progress Energy, empresa de eletricidade local, projetou que 125 mil clientes na costa da Carolina do Norte estão sem energia.
GRANDE E PERIGOSA
O furacão Irene continua sendo uma tempestade "grande e perigosa" conforme percorre a costa leste dos EUA, e moradores da região devem levar a sério a ameaça, afirmou a secretária norte-americana de Segurança Interna, Janet Napolitano, neste sábado.
O diretor do Centro Nacional de Furacões dos EUA, Bill Read, afirmou que resorts em Nova Jersey sentirão os efeitos da tempestade na manhã do domingo, e a passagem do furacão também é prevista para Long Island Sound e para a região metropolitana de Nova York.
Steve Nesius/Reuters
Destroços causados pela passagem do furacão impossibilitam o fluxo em rodovia perto da cidade de Atlantic Beach, na Carolina do Norte
Destroços causados pelo furacão impossibilitam o fluxo em rodovia de Atlantic Beach, na Carolina do Norte

quinta-feira, 11 de agosto de 2011


Curso Ativismo e Mobilização para a Sustentabilidade - www.ativismo.org.br

Ativismo e Mobilização para a Sustentabilidade


Em março deste ano, fizemos em São Paulo o Encontro Re-Criativo. Nele, além de fazer um balanço do movimento de campanha que vivemos juntos e contar nossas histórias, nos unimos em torno de iniciativas que floresceram do novo campo que emergiu com a candidatura de Marina Silva à presidência em 2010: casas de Marina, Rio+20, Nova Política, Reforma Política e a Escola de Ativismo.

Esta última acaba de ser lançada. Assista ao vídeo. E acesse o site da iniciativa.

Até o final deste ano, três cursos básicos de Ativismo e Mobilização para a sustentabilidade serão organizados. Eles são compostos de 7 semanas online e uma semana presencial, em imersão. As imersões ocorrerão em São Paulo, Brasília e Manaus. Entenda sobre o curso.

As inscrições para a turma com imersão em São Paulo já estão abertas e se encerram no dia 9 de agosto. Há possibilidade de bolsas de 50%, 75% e 100%. Para concorrer, basta se inscrever e assinalar na ficha de inscrição a qual bolsa quer concorrer.

Converse com a equipe que está cuidando do projeto no twitter, no facebook ou no email suporte@ativismo.org.br.

Vítima de ataque filmado em Londres é identificada



Mohd Asyraf Raziq Rosli, de 20 anos, é um dos 13,6 mil malaios que estudam atualmente em Londres. Muçulmano, Raziq deixou sua casa na última segunda-feira para comprar a comida que quebraria seu jejum do Ramadã quando foi atacado por um dos grupos de saqueadores que tornaram a capital britânica um caos nos últimos dias. Seus colegas conseguiram fugir, mas Raziq foi espancado. Caído no chão, o estudante foi cercado por um grupo de pessoas que, aparentemente, iriam ajudá-lo. Ao se levantar, ainda tentando entender o que havia ocorrido, Raziq foi roubado por essas mesmas pessoas. As cenas deploráveis, gravadas em vídeo, ganharam o mundo pelo YouTube e foram destacadas na terça-feira peloBombou na Web. Somente nesta quarta-feira Raziq foi identificado.
Segundo o jornal The Star, da Malásia, Raziq foi reconhecido por um dirigente do partido UMNO, que por meio de um clube baseado em Londres, que leva o mesmo nome da sigla, cuida dos interesses de malaios no Reino Unido. Segundo ele, o garoto está sendo tratado no Hospital Royal London e terá que passar por uma cirurgia na mandíbula. O jornal ouviu também a mãe de Raziq.
A mãe, Maznah Abu Mansor, de 47 anos, disse que foi informada pela [agência do governo] Mara sobre o ataque contra seu filho. “No início eu estava muito preocupada, mas estou contente por ele estar bem. No entanto, não consegui falar com ele por causa dos ferimentos”, disse. Ela acrescentou que iria pedir à Mara apoio financeiro para visitar seu filho.
O jornal The Guardian, do Reino Unido, conta que amigos de Raziq divulgaram pela internet a foto abaixo e um vídeo do estudante se recuperando.
Confira abaixo o vídeo do ataque a Raziq, que causou indignação:
José Antonio Lima

sábado, 6 de agosto de 2011

De Hiroshima a Fukushima, horror nuclear não alertou Japão sobre riscos da energia atômica



Philippe Pons
Do Le Monde

Aniversário dos 66 anos da bomba de Hiroshima

Foto 11 de 11 - Japoneses se reúnem neste sábado (horário do Japão) para relembrar a explosão nuclear que devastou Hiroshima há 66 anos Mais Koji Sasahara/AP
Os dias 6 e 9 de agosto de 1945 – dias dos bombardeios atômicos sobre Hiroshima e depois sobre Nagasaki – são datas que assombram a memória dos japoneses. Uma outra promete marcar a história nacional: o dia 11 de março de 2011, dia do terremoto acompanhado do tsunami que levaram à usina de Fukushima a mais grave catástrofe nuclear desde Chernobyl, em 26 de abril de 1986.
Claro, não há como comparar um país derrotado, arrasado, com centenas de milhares de pessoas mortas instantaneamente e outras que iriam sofrer pelo resto de suas vidas, a um desastre nuclear, cujas trágicas consequências ainda estão sendo pressentidas, mas que por enquanto permanece circunscrita a uma região.
Os testemunhos dos sobreviventes de Hiroshima e de Nagasaki durante cerimônias de homenagens às vítimas terão este ano um caráter ainda mais comovente. Como um Estado cujo povo sentiu na pele o horror do fogo nuclear pode ter sido tão pouco atento aos riscos apresentados pela energia atômica – ainda mais em um país sujeito a terremotos?
Através dos depoimentos, das revelações e das opiniões de especialistas que por muito tempo foram ostracizados pelo lobby nuclear e ignorados pela mídia, os japoneses começam a entrever o que está em segundo plano na catástrofe, cuja extensão eles percebem um pouco mais a cada dia. Eles estão se conscientizando da condenável “aposta” de suas elites que subestimaram os riscos. Para além dos problemas de boa governança da operadora da usina, a Tokyo Electric Power Co. (Tepco), e da controvérsia “a favor ou contra a energia nuclear”, surge a questão de um Estado que não soube proteger a nação e de políticos que traíram as expectativas legítimas de segurança daqueles que eles representam. Tanto o primeiro quanto os segundos ignoraram, se não confiscaram, o direito da população de ser alertada.
Cinco meses após o acidente que está longe de estar controlado, busca-se em vão por responsáveis por um desastre no qual se misturam insuficiência de precaução, dissimulações, falsificações de documentos, mentiras e manipulação da opinião pública. “Assim como em Chernobyl, ninguém assume a responsabilidade”, acredita Kenzaburo Oe, Prêmio Nobel de Literatura. E como poderia ser diferente? A negligência se dissolve em uma rede de colusão entre governantes, operadoras, fabricantes de reatores e grande mídia que repercutiam as garantias dos especialistas daquilo que chamamos aqui de “aldeia nuclear”.
A catástrofe de Fukushima abre uma crise de confiança que atinge as instituições: uma burocracia que, desde a restauração de Meiji (fim do século 19, época da passagem para a era moderna), administrou o país com desprezo, relegando a política ao segundo lugar. Com sucesso, aliás. O “triângulo de ferro” (governo, política e empresariado) fez do Japão derrotado uma das primeiras potências econômicas do mundo.
Mas não sem danos, como mostram as doenças da poluição dos anos 1960-1970, entre elas a de Minamata (contaminação pelo mercúrio orgânico despejado no mar por uma indústria química): milhares de mortos e pessoas nascidas com deficiências. Nessa época o Estado já não defendeu os cidadãos: foram as vítimas que lutaram durante anos para que parassem de negar a ligação entre a poluição e as doenças.
Como os habitantes de Minamata, que, depois de acreditarem que a indústria química traria prosperidade a sua região, descobriram que ela também trazia a morte, muitos japoneses se conscientizaram de que eles se iludiram com uma confiança exagerada em uma tecnologia cuja segurança era elogiada até em livros escolares.
Os japoneses descobriram que o Estado não havia providenciado instrumentos para controlar uma perigosa “ferramenta”– as instâncias de monitoramento da indústria nuclear dependem do Ministério da Economia, do Comércio e da Indústria (Meti), encarregado de promovê-la... – e que ele permitiu a formação de poderosos monopólios regionais por parte de companhias de eletricidade que impunham suas “normas”. Quando funcionários do Meti tentaram quebrá-los no final dos anos 1990, um protesto por parte de políticos abafou a tentativa.
Ademais, o Estado persuadiu as coletividades locais a aceitaram as usinas com um dilúvio de subsídios. Nem todos os moradores eram a favor: desde 1973, opositores entraram com ações na Justiça contra as operadoras, alegando que havia riscos de terremotos e de tsunamis. Eles sempre perderam e seus argumentos foram ignorados pela mídia. Ostracizados pela vizinhança, alertados por seus empregadores, eles abaixaram a cabeça.
Setenta anos depois de Hiroshima e Nagasaki, o Japão volta a ser vítima da energia atômica. Mas, desta vez, é ele o responsável pelo desastre. E neste ano, o Congresso do Japão contra a Bomba Atômica (Gensuikin), o mais importante movimento antinuclear do país criado em 1965, acrescentará a seu slogan “No more Hiroshima! No more Nagasaki!”, um “No more Fukushima!”.
O Japão demonstrou no passado sua capacidade de se reinventar. E provavelmente é o que acontecerá novamente. Mas, desta vez, o contrato social entre o Estado e a nação foi abalado.
Tradução: Lana Lim

BOMBA ATÔMICA - HIROSHIMA PARTE 1



Por Cintia Kaneshuigue
escrevendo no Japão exclusivamente ao UBE Blogs


Cúpula Genbaku: arquitetura resistente ao ataque nuclear é Patrimônio da Humanidade

No dia 6 de Agosto de 1945, há exatos 66 anos, aconteceria o maior crime de guerra já cometido no mundo.

Em meio a Segunda Guerra Mundial, uma destruição humana sem precedentes, o governo americano decidiria por lançar sua bomba atômica Little Boy na cidade de Hiroshima

Tenho que deixar aqui registrado que naquela época as forças armadas japonesas eram cruéis e desumanas, como relatado nas histórias de batalhas com a China. Até hoje, as questões mal resolvidas ainda geram conflitos entre os dois países

O Japão se mostrava um país totalmente arrogante na época em que as bombas explodiram. Por suas tradições vindas dos samurais, um código sinistro pairava entre os soldados. O de batalhar até o último morrer, e o de se matarem em caso de derrota.

Hiroshima era uma cidade sem valor militar, mas com grande valor industrial. Com população em cerca de 255.000 habitantes no momento da explosão, nada menos que 80.000 pessoas foram mortas instantaneamente, e 90% de toda a estrutura da cidade fora destruída por completo

Minha visita à Hiroshima


Há oito anos atrás visitei Hiroshima. Ao chegar lá, passamos por uma sensação estranha. É uma cidade moderníssima, totalmente planejada e muito bonita, mas que nos deixa com um sentimento de tristeza e angústia.

Por toda a cidade há referência ao passado. O lugar onde foi o epicentro da bomba, se tornou um parque, denominado Parque Memorial da Paz, onde ainda prevalece um edifício que não caiu quando a bomba explodiu.

O edifício que resistiu ao poder da bomba chama-se Cúpula Gembaku - ao anoitecer, a Cúpula Genbaku fica iluminada em holofotes de várias cores. As ruínas dele permanecem intactas, estão isoladas por alarmes, seguranças e alguns fortes alicerces. A construção, que pertenceu à prefeitura de Hiroshima, era para ter sido demolida, mas hoje é patrimônio mundial e a maior memória real dos japoneses - e do resto do mundo - sobre o ocorrido.

O Museu Memorial da Paz é um dos poucos museus financiados integralmente pelo governo japonês. Uma vez lá dentro, é possível acessar informações em nove línguas, entre elas o Idioma Português

Entre imagens da destruição e maquetes feitas para ilustrar as perdas do povo japonês, podemos ver réplicas de corpos se despedaçando, objetos e roupas que pertenceram às vítimas. Todas as imagens possuem resenhas contendo a história de cada uma delas.


A menina Sadako Sasaki



Há uma sala somente para Sadako Sasaki, garota que sobreviveu à bomba atômica mas morreu dez anos depois, sucumbiu diante do quadro complicado de leucemia. Ela, como milhares de habitantes da cidade e seus arredores, tornou-se uma "gembakusha", como os japoneses chamam os sobreviventes da bomba que posteriormente desenvolveram câncer e problemas de saúde devido à radiação

A fonde de águas

No último corredor, desenhos feitos por crianças na época do bombardeio, quando a cidade ainda se reerguia. São rabiscos de pessoas andando em meio ao fogo e vários corpos flutuando pelo rio que corta a cidade

Por volta dos anos 1960, uma fonte de água foi construída no centro da cidade para lembrar as vítimas do ataque. Após o ataque, com a pele derretendo e os órgãos sucumbidos pela radiação, os japoneses expostos ao clarão engatinhavam e andavam pelo solo quente em busca de água. A população de Hiroshima foi aconselhada a não oferecer água para ninguém, evitando contaminações. Como conseqüência, muita gente morreu de sede. A fonte, construída em mármore, tem a forma de um relógio que marca às 8h15, horário que a bomba explodiu. 

A água é um pedido de desculpa do Japão para saciar a "sede eterna daqueles que morreram".

Todos perdemos



Há inúmeras histórias a serem contadas sobre os mortos e sobreviventes de Hiroshima,. A realidade é que ninguém lucrou nada com tanta desgraça, ninguém pode justificar as atrocidades cometidas pelos japoneses na guerra e nem o assassinato em massa de japoneses pelas bombas atômicas

O saldo das bombas nucleares, foi a rendição antecipada do Japão e 250.000 mortos

O ponto positivo: d
epois de toda a atrocidade da Segunda Guerra, o Japão se tornou um país totalmente pacífico. Atualmente não há patrulhamento nas ruas com armas, o país tem um baixíssimo índice de criminalidade, e não há nem estatísticas de pessoas mortas por armas de fogo

Hiroshima tem lutado veementemente contra as usinas de energia nuclear, principalmente depois do incidente em Fukushima

A incansável força japonesa para se reerguer no pós-guerra foi surpreendente. O país que saiu derrotado, em poucas décadas se tornaria uma das maiores potências econômicas mundial. 
Hoje o drama é contra a central nuclear de Fukushima. Essa é uma circunstância que o povo japonês precisa vencer o mais rapidamente possível no século 21

Cintia Kaneshigue edita o blog Vivendo a Última Hora.